segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O Homem Demolido




O Homem Demolido, (c) 1953

Acabei de ler por esses dias, achei muito interessante.

A ideia é uma sociedade pelo Século XXIV, com aquele otimismo de só quem escrevia FC nos anos 50 pra descrever um sistema solar colonizado. O grande diferencial aqui são os telepatas, membros produtivos da sociedade, que ajudam em vários campos, como psicologia e segurança e que, graças a isso, haviam evitado um assassinato de ocorrer havia bastante tempo -- e, para a trama, é quando um finalmente ocorre.

Não há mistérios: desde o início sabe-se quem são assassino, vítima e policial. O livro acaba sendo sobre a construção da caçada ao assassino, homem de vastos recursos financeiros, e a personalidade dos dois.

Babylon 5, a série, bebe abertamente desse livro, ao ponto que sua "Psi Corp" tem, no elenco de oponentes regulares, um personagem telepata chamado Alfred Bester, interpretado por Walter "Sr. Chekov" Koenig. Passage Through Gethsemane, o episódio, é sobre os efeitos posteriores da "demolição" de um homem.

O que me leva a pensar como ficaria uma sequência: o assassino é, além de multibilionário, dono de uma personalidade tida como mover and shaker do momento histórico. Como ficaria alguém assim após a Demolição, posto exatamente que aquela não era uma sociedade de carneirinhos obedientes, logo ao final? Até que ponto um excesso de "solaridade" em alguém de tal vontade cuja sombra foi derrotada poderia ser prejudicial?

O livro brinca com conceitos adiante de seu tempo, porém previsíveis até um certo ponto: machine learning aqui é aplicado para a solução de um caso criminoso com probabilidade calculada de veredito final, e na conversa telepática surge o que poderíamos hoje em dia ver como memes e emoticons, para os mesmos fins.

Recomendo.

O Homem Demolido
180 p.
Colecção Argonauta.