Assisti a Além do Universo (The Beyond, 2017), do diretor estreante Hasraf “HaZ” Dulull, baseado em seu próprio curta de 2014, Project Kronos (trailer deste, aqui). O filme é montado em estilo documentário/found footage, com atuações de entrevistas e imagens sempre como se fossem do arquivo de filmes feitos para alguma outra função, esta de natureza técnica. Cabe ainda a nota de que é um filme independente, com o diretor egresso da área de efeitos visuais.
A história ocorre ainda no Século XXI, a respeito de uma agência espacial de esforço internacional, e quando uma estranha anomalia surge próxima da Terra, gerando uma distorção gravitacional estranha. Descobre-se que é um buraco de verme que leva a um planeta em outro sistema solar, onde contato com alienígenas é travado. Estranhas esferas negras surgem sobre a superfície terrestre gerando medo e uma reação negativa dos países, mas no final, era tudo para a proteção da Humanidade, conforme acaba se revelando.
O filme mistura diversas referências e influências. A ideia do “alien incognoscível” não é novidade desde 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968), assim como o voo por um túnel cósmico [idem, e ainda Contato (1997) e, mais recentemente, Interestelar (2014)] para encontrar os tais aliens com uma meia mensagem compreensível mas de fundo positivo, além de coisas nem todas explicadas.
Ainda acena para um tema relativamente recente, o transhumanismo, inserindo cérebros vivos em corpos totalmente artificiais, para que se pudesse mandar astronautas através das pressões gravitacionais dentro da anomalia e chegar ao outro lado.
Tudo isso considerado, tive problemas com o final, ao considerá-lo particularmente fantasioso, com a desintegração dos demais planetas do sistema solar e a criação de um gêmeo da Terra “ao nosso lado” – para o que vinha até então se apresentando como uma história inclinada ao hard. s.f., a coisa ficou over, ao meu ver. Ficou no ar – ao menos para mim – os aliens causavam a anomalia que em primeiro lugar trazia problemas para a Terra que eles puderam resolver, ou apenas aproveitaram o bonde, enquanto fenômeno natural? Isso tudo parece que segue as referências cinematográficas acima citadas, procurando também exibir todo um sense of wonder, mas me parece que erraram a mão.
Apesar disso, não deixa de ser interessante e visualmente bem caprichado, embora eu não sinta vontade particular de recomendar. Mas intrigou o bastante para produzir esta resenha.
Uma wiki aqui.
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