segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quem será o nosso Campbell?

... eu nem sabia que a Record havia lançado uma coletânea de FCB (Futuro Presente), até ler as resenhas de Octávio Aragão e a de Antônio Luiz Costa

Eu não posso senão ter a pior das impressões ao ler sobre os contos selecionados. Aparentemente, temos 400 páginas de pastiches de americanos como nem eles mais fazem, preconceitos raciais e de outros sabores, vieses políticos, "common-sense" - e as aspas não estão ai por ser um termo em língua estrangeira - e, impensável para o gênero: a mais pura desinformação científica. Não aquela que se resolve ignorar em prol de uma estória, de uma idéia, a la Bradbury: mas a da plena ignorância. Nada mais retrógrado do que ficção-científica? Pois, pois...

O que me faz lembrar de John Woodman Campbell, mítico - e folclórico... - editor americano que montou a dita Idade de Ouro da FC gringa, ao incluir também um embasamento maior, em termos de ciência: ao contrário do que se pode pensar, estórias assim também podem render boas e divertidas narrativas.

Parece-me claro que as referências e preocupações científicas dos escritores desta coletânea, em um bom dia, são de documentários dos canais History ou Discovery -- mas se isso é verdade, também o são as de quem quer que tenha sido o editor desta coletânea. Isso, pela questão científica - pelas opiniões pessoais expressadas, nem vou me alongar.

Ou seja, como fica mesmo aquele lance de se escrever sobre aquilo que se entende?

Se alguma resenha conseguiu me afastar de um produto, foram essas duas.

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