terça-feira, 8 de janeiro de 2013

John Carter - Entre Dois Mundos



Ok, o que deu de errado?

No elenco, um trio parada-dura diretamente da magistral Roma, da HBO: Ciarán Hinds (o imortal Júlio César), James Purefoy (Marco Antônio) e Polly Walker (Atia dos Julii, Evil Matriarch por excelência), esta emprestando a voz para uma personagem feminina vilanesca (outra...) digital mas que, apesar de alguma relevância no livro, no filme fica completamente em segundo plano. Sob maquiagem digital estão ainda William Daefoe como Tars Tarkas e Samantha Northon como Sola, mostrando o rosto temos os vilões Dominic West (cuja carreira já valeu pelo McNulty de The Wire, outro gol de placa da HBO) e Marc Strong (Lord Blackwood do primeiro Sherlock Holmes, e ótimo vilão full-time).

Sério, um elenco desses... e tudo o que se consegue fazer é John Carter - Entre Dois Mundos? Nada contra um filme baseado neste personagem que vem da proto-ficção-científica, da mesma pena que nos deu Tarzan dos Macacos: mas algo contra este filme.

Talvez parte do prejuízo de bilheteria que a Disney amargou seja exatamente por apostarem no rosto bonito dos protagonistas, do que no talento ao redor escolhido para servir de escada para eles (coisa que dá incrivelmente certo em O Homem da Máscara de Ferro, com Gerárd Depardievski, Gabriel Byrne, John Malkovich e Jeremy Irons subalternos a... Leonardo diCaprio: mas o tempo de participação de tela é bem mais presente aqui do que os acima, isto qdo não sob maquiagem digital...).

Talvez parte seja porque, como todos os filmes acima de uma escala orçamentária, os produtores ficam nervosos e empurram fórmulas e rostos/nomes de sucesso, independente de talento ou o melhor nome para a melhor função.

Talvez parte tenha sido o fato de ser um filme da Disney, com piadinhas e bichinhos inevitáveis.

Não acho que tenha sido por qualquer purismo: a história de John Carter, e sua personalidade, estão bem modificadas, envolvendo os três primeiros livros e mais o que veio dos roteiristas. Ninguém mais sabe o que foram esses livros, não ao ponto de formar uma base de fãs irritante ou algo assim.

Eu só consigo lamentar neste filme o grande desperdício de senhores atores. Sempre ouvi falar que um diretor de animação pode dirigir um filme live action. Depois de assistir isto, tenho dúvidas. Não lembro de ter visto o desperdício de nomes assim. Não sei se porque Andrew Stanton (Wall-E) ignorou o potencial, ou o roteiro foi futucado a não mais poder, ou o quê...

No final das contas, é apenas um filme mediano. Que custou um quarto de bilhão de dólares e, mundo, arrecadou somente pouco abaixo de 283 milhões.

(Por último: de bomba em bomba, os protagonistas Taylor Kitsch e Lynn Collins também participaram de X-Men Origins: Wolverine, como Gambit e Silverfox: alguém precisa de um agente melhor).

Nenhum comentário: