domingo, 19 de dezembro de 2010

Tron - O Legado


Você está entrando em uma área de spoilers. Be warned.

Assisti nesta sexta de estréia a inesperada continuação (bem, são vinte e oito anos) de Tron: Uma Odisséia Eletrônica, da Disney, onde a história se passa em um mundo digital, onde programas não só existem, mas vivem e reagem, como se estivessem em uma grande cidade.

Antes que alguém diga "Matrix?", cabe dizer que este só veio em 1999, portanto, 17 anos depois. Mas as semelhanças estão lá, sim, e são fortes. Natural, creio, embora a cena do Merovíngio em seu bar exclusivista tenha uma semelhança meio perturbadora. Outras obras também aparecem, de leve ou com maior semelhança, de 2001 a Guerra nas Estrelas ao Silmarillion (há um pôster dado momento de outra FC da Disney, O Buraco Negro. Na sessão de trivia da página do IMDB de Tron - O Legado, há a informação de que o diretor deste filme pretende fazer um remake do original pra 2012).


A comparação com o filme original é inevitável. Eu não vou passar pela questão dos efeitos visuais, mas cabe notar que ambos são cutting-edge em seu devido tempo. O original ainda teve ninguém menos que o ilustrador e quadrinista francês Moebius concebendo visualmente o mundo digital.

Como continuação, é a tal coisa. O Tron do título era um personagem secundário no filme original, aqui então, nem se fala. No filme original, os programas, no mundo digital, tinham o rosto de seu programador. Só que o ator principal na época era o Jeff Bridges, e seu programa se chamava Clu. Tron era o programa do amigo dele, vivido pelo ator Bruce Boxleitner, que está nesta continuação. Tron quase não apita: apesar de terem encontrado um motivo para ele mal aparecer de cara limpa, desconfio que o principal seja o motivo financeiro, pois a tecnologia para rejuvenecer Bridges (Clu reaparece, e programas não envelhecem - afirmação que pode gerar discussões, mas isso é pra outra hora) custou horrores, que dirá fazê-lo para um papel secundário.

Ainda, diversas citações e momentos do primeiro filme estão revividos aqui, turbinados pela cinematografia moderna sempre que possível. As lightcycles, os space demonoids e os tanques - tudo aparece, embora deixe um gostinho de quero mais.

A história, no final, acaba sendo sobre um cara que tenta encontrar o pai, desaparecido há vinte anos. Há uma mística sobre ele (o descobridor do mundo à parte de uma dimensão digital, gênio da informática que começou um império, etc.), e somente 'através do espelho' ele consegue encontrá-lo. Juntos, conseguem subverter a ordem vigente, opressora, fruto equivocado do trabalho do pai, e no caminho também se transformam, de algum modo.

Tirando isso... os efeitos são arrasadores, a ação é sensacional e a Olivia está cada vez mais Wilde. Assistam.

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